RELAÇÕES HÍDRICAS EM ANFÍBIOS
De acordo com Leonardo Francisco Stahnke, 2006.
Os anfíbios possuem uma pele glandular desprovida de escamas externas e altamente permeável à água. Tanto a permeabilidade como o caráter glandular da pele
tiveram uma importância fundamental na modelagem da ecologia e da evolução dos anfíbios. As glândulas mucosas estão distribuídas por toda a superfície do corpo e
secretam compostos mucopolissacarídicos, que mantém a pele úmida e permeável. Para um anfíbio, uma pele seca significa redução da permeabilidade à água e aos gases, o que reduz, por conseqüência, a entrada de oxigênio e a capacidade do animal utilizar o resfriamento por evaporação para manter sua temperatura corporal dentro dos limites estáveis. A interferência experimental da secreção das glândulas mucosas pode levar a
um superaquecimento letal em anuros que desenvolvem atividades normais de aquecimento ao sol.
De acordo com Leonardo Francisco Stahnke, 2006.
Os anfíbios possuem uma pele glandular desprovida de escamas externas e altamente permeável à água. Tanto a permeabilidade como o caráter glandular da pele
tiveram uma importância fundamental na modelagem da ecologia e da evolução dos anfíbios. As glândulas mucosas estão distribuídas por toda a superfície do corpo e
secretam compostos mucopolissacarídicos, que mantém a pele úmida e permeável. Para um anfíbio, uma pele seca significa redução da permeabilidade à água e aos gases, o que reduz, por conseqüência, a entrada de oxigênio e a capacidade do animal utilizar o resfriamento por evaporação para manter sua temperatura corporal dentro dos limites estáveis. A interferência experimental da secreção das glândulas mucosas pode levar a
um superaquecimento letal em anuros que desenvolvem atividades normais de aquecimento ao sol.
Em sistemas biológicos, a permeabilidade à água é inseparável da permeabilidade aos gases, e os anfíbios dependem da respiração cutânea como uma parcela significativa de suas trocas gasosas. Embora a pele permita o movimento passivo de água e gases,
controla o movimento de outros compostos. O sódio é transportado ativamente da superfície externa para a interna e a uréia é retida pela pele. Essas características são importantes na regulação da concentração osmótica e na facilitação da entrada de água em espécies terrestres.
A pressão osmótica interna dos anfíbios é de aproximadamente dois terços do valor característico da maioria dos outros vertebrados. A causa primária da diluição dos luidos corporais dos anfíbios é um baixo conteúdo de sódio (aproximadamente 100
miliequivalentes contra 150 miliequivalentes em outros vertebrados). Os anfíbios podem olerar o dobro da concentração normal de sódio, enquanto que um aumento de 150 para 170 miliequivalentes representa o máximo tolerado por humanos.
Um animal úmido, dotado de uma pele permeável, tende a não ser bem sucedido em um hábitat árido, porém estes animais foram, com certeza, os mais bem sucedidos invasores desse tipo de ambiente. Todos os desertos, exceto os mais severos, apresentam populações substanciais de anuros e, em diferentes partes do mundo, diferentes famílias convergiram em direção a especializações similares. Uma delas é evitar as condições danosas da superfície do solo abrigando-se em locais úmidos,
algumas vezes situados a mais de um metro sob o solo, emergindo apenas durante a estação chuvosa para alimentar-se e reproduzir-se.
controla o movimento de outros compostos. O sódio é transportado ativamente da superfície externa para a interna e a uréia é retida pela pele. Essas características são importantes na regulação da concentração osmótica e na facilitação da entrada de água em espécies terrestres.
A pressão osmótica interna dos anfíbios é de aproximadamente dois terços do valor característico da maioria dos outros vertebrados. A causa primária da diluição dos luidos corporais dos anfíbios é um baixo conteúdo de sódio (aproximadamente 100
miliequivalentes contra 150 miliequivalentes em outros vertebrados). Os anfíbios podem olerar o dobro da concentração normal de sódio, enquanto que um aumento de 150 para 170 miliequivalentes representa o máximo tolerado por humanos.
Um animal úmido, dotado de uma pele permeável, tende a não ser bem sucedido em um hábitat árido, porém estes animais foram, com certeza, os mais bem sucedidos invasores desse tipo de ambiente. Todos os desertos, exceto os mais severos, apresentam populações substanciais de anuros e, em diferentes partes do mundo, diferentes famílias convergiram em direção a especializações similares. Uma delas é evitar as condições danosas da superfície do solo abrigando-se em locais úmidos,
algumas vezes situados a mais de um metro sob o solo, emergindo apenas durante a estação chuvosa para alimentar-se e reproduzir-se.
Muitas espécies de anuros arborícolas possuem a pele menos permeável à água do que as espécies terrestres, e uma especialização notável é vista em algumas pererecas, como Chiromantis xerampelina (África) e Phyllomedusa sauvagei (América do Sul). Estas espécies perdem água através da pele a uma taxa de apenas um décimo daquela da maioria dos anuros devido às suas modificações comportamentais. Foi
demonstrado que Phyllomedusa atinge essa baixa taxa de perda d’água utilizando as para espalhar a secreção lipídica das glândulas dérmicas sobre a superfície do corpo em um seqüência complexa de movimentos de limpeza. Essas duas espécies são incomuns também devido ao fato de excretarem resíduos nitrogenados na forma de sais de ácido úrico e não uréia, o que lhes proporciona maior conservação hídrica.
demonstrado que Phyllomedusa atinge essa baixa taxa de perda d’água utilizando as para espalhar a secreção lipídica das glândulas dérmicas sobre a superfície do corpo em um seqüência complexa de movimentos de limpeza. Essas duas espécies são incomuns também devido ao fato de excretarem resíduos nitrogenados na forma de sais de ácido úrico e não uréia, o que lhes proporciona maior conservação hídrica.
CONTROLE DA PERDA DE ÁGUA POR EVAPORAÇÃO: Para os animais dotados de pele tão permeável como a maioria dos anfíbios, a principal diferença entre florestas pluviais e desertos pode ser o quão freqüentemente eles se deparam com a escassez de água. O coquí de Porto Rico vive em florestas
tropicais úmidas; entretanto, apresenta comportamentos elaborados que reduzem a perda de água por evaporação durante seu período de atividade (Pough et al. 1983). No
crepúsculo, os machos emergem de seus abrigos diurnos e movem se 1 ou 2 metros até os sítios de vocalização sobre as folhas da vegetação do sub-bosque, permanecendo ali até pouco antes do amanhecer, quando retornam aos abrigos. As atividades dos animais variam de noite para noite, dependendo de ter chovido durante à tarde, ou não. Em noites seguidas de tempestades, quando a floresta acha-se molhada, os coquís começam a
vocalizar logo após o pôr-do-sol e continuam até perto da meia-noite, quando tornam-se silenciosos por várias horas, recomeçando a vocalização pouco antes do amanhecer.
Quando estão vocalizando, os coquís estendem as patas e elevam-se da superfície da folha, expondo toda a superfície de seu corpo. Nessa posição, perdem grande quantidade de água por evaporação.
Em noites secas, entretanto, o comportamento dos coquís é muito diferente. Os machos deslocam-se de seus locais de abrigo para as estações de vocalização, mas cantam apenas exporadicamente. Na maior parte do tempo, repousam em uma postura de conservação de água, na qual o corpo e o mento são comprimidos contra a superfície da folha e as patas são pressionadas contra o corpo. Um anuro nessa postura expõe ao
ar apenas a metade de sua superfície corporal, reduzindo, assim, sua taxa de perda de água por evaporação.
OBTENÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA: Os mecanismos usados pelos anfíbios para obtenção de água em ambientes terrestres têm recebido menor atenção do que os mecanismos utilizados em sua retenção. Devido à permeabilidade da pele, as espécies que vivem em hábitats aquáticos enfrentam um influxo osmótico contínuo de água que devem equilibrar através da produção de urina. Espécies em hábitats áridos raramente encontram água no estado líquido em quantidade suficiente para beber em um determinado local e, caso encontrem
uma poça, podem absorver rapidamente a água necessária através da pele. As adaptações impressionantes dos anfíbios terrestres são aquelas que facilitam a reidratação a partir de fontes limitadas de água. Uma dessas adaptações é a mancha
pélvica, que consiste em uma área da pele altamente vascularizada na região pélvica, responsável por grande parte da absorção cutânea de água nos anuros. Sapos desidratados e imersos completamente na água reidratam-se apenas um pouco mais rapidamente do que aqueles colocados na água a uma profundidade apenas suficiente para molhar a área pélvica. Em regiões áridas, a água freqüentemente está disponível como uma leve umidade sobre as rochas ou no solo, podendo ser absorvida através da mancha.
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